O programa de biocombustíveis Proálcool no contexto da estratégia energética brasileira
Resumo
O programa de biocombustível foi iniciado em 1975 e aprimorado bastante em
1979/81 como uma reação aos aumentos de preços do petróleo e às quedas simultâneas
de açúcar. Ele nunca se tornou economicamente viável, mas sempre deve sua existência ao
apoio estatal que, por sua vez, foi justificado pelos poderosos interesses do açúcar. Como
apenas os motores Otto (e não o diesel) podem ser movidos a álcool, o tráfego de automóveis
de passageiros com seu conhecido desperdício de energia acaba sendo altamente subsidiado
no Brasil, apesar da grave escassez geral de energia no país. As perspectivas futuras
para o biocombustível são geralmente sombrias, pois mesmo com o aumento acentuado
dos preços do petróleo, a energia na forma de alimentos deve ser mais cara que a energia
para aquecimento e transporte, de modo que carvão e madeira minerais são candidatos
muito mais prováveis como fontes de combustível do que a cana-de-açúcar e óleos comestíveis,
quando a era do petróleo chegar ao fim.
Classificação JEL: Q29; L72.
Palavras-chave: Combustíveis biocombustíveis etanol Proálcool