A reforma do Banco Central e superação do problema de risco moral: o caso do Brasil

v. 21 n. 3 (2001)

Jul-Sep / 2001
Publicado em julho 1, 2001
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Como Citar

Sola, Lourdes, Christopher da Cunha Bueno Garman, e Moisés S. Marques. 2001. “A Reforma Do Banco Central E superação Do Problema De Risco Moral: O Caso Do Brasil”. Brazilian Journal of Political Economy 21 (3):407-32. https://doi.org/10.1590/0101-31572001-1252.

A reforma do Banco Central e superação do problema de risco moral: o caso do Brasil

Lourdes Sola
Department of Political Science, Universidade de São Paulo – USP, São Paulo/SP, Brasil.
Christopher da Cunha Bueno Garman
Doctoral Candidate, Universiry of California, San Diego, California, United States.
Moisés S. Marques
Doctoral Candidate, University of São Paulo – USP, São Paulo/SP, Brasil.
Brazilian Journal of Political Economy, v. 21 n. 3 (2001), Jul-Sep / 2001, Pages 407-432

Resumo

A suposição implícita de que os governos socorrerão instituições financeiras em dificuldades pode gerar incentivos negativos para o desenvolvimento de um sistema financeiro sólido. Este artigo parte da premissa de que esses incentivos negativos, que criam uma situação de risco moral, são essencialmente um problema político e não um problema técnico sobre a geração correta de incentivos institucionais. No caso brasileiro, argumentamos que o atual governo de Fernando Henrique Cardoso só conseguiu reduzir significativamente seu problema de risco moral no setor financeiro distanciando sua relação política com dois importantes atores políticos: o setor financeiro privado e os governadores estaduais. A capacidade do governo de eliminar a suposição implícita de um eventual resgate do Banco Central sobre bancos comerciais públicos e privados só foi possível através de uma série de condições políticas, que incluem o fim da hiperinflação sob o Plano Real, que reduziu a dependência do governo desses dois importantes atores políticos.

Classificação JEL: E58; E44; G21; G28.


Palavras-chave: Autonomia do Banco Central sistema financeiro bancos risco moral economia política