Resumo

Este artigo reexamina a questão da mobilidade internacional do capital financeiro, que é a ortodoxia econômica de hoje. A discussão é frequentemente enquadrada em termos da trindade impossível. Esse enquadramento distorce a discussão ao representar a mobilidade do capital como tendo significado igual à política monetária soberana e ao controle sobre as taxas de câmbio. Também distorce a discussão, ignorando as possibilidades de política monetária coordenada e taxas de câmbio e de fluxos de capital gerenciado. O argumento da mobilidade do capital baseia-se em argumentos neoclássicos de eficiência econômica e argumentos políticos neoliberais. O caso contra a mobilidade de capital baseia-se em argumentos keynesianos de ineficiência macroeconômica, argumentos neo-walrasianos de falha de mercado e argumentos neomarxistas sobre distorção da estrutura social de acumulação. Um exame minucioso mostra que a mobilidade do capital é extremamente frágil, apontando para a dimensão ideológica por trás da ortodoxia política de hoje.

Classificação JEL: F00; F32; F33.