v. 18 n. 2 (1998): Apr-Jun / 1998


v. 18 n. 2 (1998)

Apr-Jun / 1998
Publicado em abril 1, 1998

Artigo


A nova teoria neoclássica do crescimento e o problema do subdesenvolvimento econômico brasileiro
Newton Paulo Bueno
Brazilian Journal of Political Economy
https://doi.org/10.1590/0101-31571998-1264

O objetivo do artigo é mostrar que a teoria do crescimento endógeno é, na melhor
das hipóteses, insuficiente para explicar o subdesenvolvimento econômico brasileiro. A
principal razão para isso é que essa teoria atribui grande importância ao papel do capital
humano no processo de crescimento econômico que não é justificável no caso brasileiro.
Em vez disso, o principal problema da economia brasileira parece ser a incapacidade de
seu setor moderno de absorver a maioria da população. Isso não pode ser feito apenas
através do aumento de capital humano; requer, em primeiro lugar, um grande programa de
investimento físico para ampliar o tamanho do setor moderno atualmente aberto apenas a
uma minoria da população, insuficiente para permitir a recuperação da economia brasileira.

Classificação JEL: J20; J24; B50.


"Globalização" financeira e regimes cambiais
Paulo Nogueira Batista Jr.
Brazilian Journal of Political Economy
https://doi.org/10.1590/0101-31571998-1299

Este artigo argumenta que, embora os fluxos internacionais de capital tenham
aumentado rapidamente nas últimas décadas, os mercados financeiros ainda estão longe de
formar um mercado global unificado. Ele também argumenta que o efeito do aumento da
mobilidade de capital na autonomia da política econômica nacional continua a depender,
em grande parte, da escolha do regime cambial.

Classificação JEL: F31; F62.


A moral da dívida pública
Marcos Fernandes Gonçalves da Silva
Brazilian Journal of Political Economy
https://doi.org/10.1590/0101-31571998-1255

Este artigo trata da dimensão moral da dívida pública e seu referencial teórico
é a economia constitucional. Argumenta-se que a principal razão para a existência de qualquer
vínculo moral entre dívida pública e ética é a transferência de custos para as gerações
futuras. Em primeiro lugar, o artigo explora a análise da dívida pública de James Buchanan.
Em segundo lugar, é descrito no artigo o ponto de vista neoclássico sobre o assunto. O
principal objetivo aqui é estabelecer, partindo do ponto de vista positivo e passando por
um normativo, o papel de uma análise deontológica do ônus da dívida. Depois disso, faço
a ligação entre instituições, esquemas de incentivos e dívida.

JEL Classification: H63; D72; D73.


A economia de curto prazo de Richard Kahn e os primórdios da teoria do oligopólio: uma contribuição à história do pensamento econômico contemporâneo
Claudia Heller
Brazilian Journal of Political Economy
https://doi.org/10.1590/0101-31571998-1300

Este artigo tem como objetivo contribuir para a história do pensamento econômico
contemporâneo. Ele lida com a dissertação de bolsa de estudos de Richard Kahn
e sua influência no desenvolvimento da teoria da competição imperfeita e na teoria do
oligopólio. Ele discute a alegação do autor de ser o primeiro a criar a “curva de demanda
dobrada” mesmo antes do início do trabalho do Grupo de Pesquisa Econômica de Oxford.
Ele também argumenta que ele desenvolveu uma maneira de medir o “grau de monopólio”
antes de Kalecki.

Classificação JEL: B22; B21; B31.


Avaliação de duas correntes da economia ambiental: escola neoclássica e a economia da sobrevivência
Charles C. Mueller
Brazilian Journal of Political Economy
https://doi.org/10.1590/0101-31571998-1265

É possível avaliar as principais escolas de pensamento em economia ambiental com
base em uma visão estilizada do desenvolvimento sustentável. Essa visão considera sustentável
o desenvolvimento que assegura: pelo menos a manutenção do nível de bem-estar da atual geração
de habitantes do primeiro mundo; um aumento no bem-estar da atual geração que habita
os países pobres; e a capacidade das gerações futuras de manter ou melhorar seu bem-estar. Em
princípio, uma escola de pensamento em economia ambiental deve considerar esses três aspectos;
no entanto, alguns enfatizam um, outros enfatizam outro desses aspectos. Com base em
uma estrutura baseada no conceito acima de desenvolvimento sustentável, o artigo apresenta
uma avaliação de duas dessas escolas de pensamento: economia ambiental neoclássica, enfatizando
as economias de mercado industrializadas e de curto prazo; e uma escola que poderia ser
denominada economia de sobrevivência, enfatizando o longo prazo. Começa com uma discussão
sobre a recente inserção da dimensão ambiental na economia, e segue com uma revisão do
conceito de desenvolvimento sustentável, adaptado para a avaliação. Conclui com uma discussão
sobre a principal contribuição das duas escolas e os principais contrastes entre elas.

Classificação JEL: B29; B21; B59; Q50.


A mágica do Dr. Gustavo Franco, revisitada
Ruben Dario Almonacid
Brazilian Journal of Political Economy
https://doi.org/10.1590/0101-31571998-1304

Após a introdução do Plano Real em 1994, o Brasil seguiu um caminho dinâmico
que implicava: a) uma forte valorização da taxa de câmbio real, gerando uma deterioração
significativa das Contas Correntes e Comercial e eb) um uso pesado de empréstimos
estrangeiros manutenção de taxas de juros muito altas para atrair novos capitais, a fim de
financiar esses déficits. Dados os números envolvidos no experimento brasileiro, esse caminho
não é sustentável a longo prazo, pois a dívida externa cresce de forma explosiva, implicando
que, mais cedo ou mais tarde, precisará ser corrigida. Este artigo apresenta algumas
simulações mostrando algumas restrições que um caminho de equilíbrio deve satisfazer.

Classificação JEL: E52; F32.


De paradigmas e mitos: notas sobre os fundos de pensão chilenos
Manfred Nitsch, Helmut Schwarzer
Brazilian Journal of Political Economy
https://doi.org/10.1590/0101-31571998-1256

O documento avalia a reforma previdenciária chilena do início dos anos 80,
contrastando resultados preliminares após 15 anos de operação com as promessas incorporadas
nas propostas originalmente feitas. Atenção especial é dada aos seguintes tópicos:
transparência, eficiência, cobertura, benefícios oferecidos, questões demográficas, efeitos de
economia e papel do Estado. O texto conclui afirmando que as promessas feitas não foram
necessariamente cumpridas e que os países latino-americanos devem pensar com cuidado
se a mudança para os regimes de aposentadoria de idade avançada com recursos chilenos
é realmente capaz de oferecer uma solução abrangente para os atuais problemas de seguridade
social.

Classificação JEL: N36; H55.


Banco central, governança democrática e autoridade política: o caso do Brasil em uma perspectiva comparativa
Lourdes Sola, Christopher Garman, Moises Marques
Brazilian Journal of Political Economy
https://doi.org/10.1590/0101-31571998-1266

Ao examinar a relação entre governança democrática e autoridade monetária,
este artigo realiza duas tarefas principais. Primeiro, justifica colocar o estudo da autoridade
monetária como um item central na agenda de pesquisa de cientistas políticos. Partindo da
premissa de que os bancos centrais constituem um modo especial de autoridade política,
examinamos as compensações entre questões de transparência, responsabilidade democrática
e eficiência do setor público. Segundo, ao realizar um estudo empírico da autoridade
monetária para o caso brasileiro, o artigo inverte uma suposição comum no estudo dos
bancos centrais. Em vez de argumentar que a estabilidade de preços decorre de um banco
central autônomo, o caso brasileiro demonstra que quase o oposto pode acontecer.

Classificação JEL: E58.

Debate


A fantasia política: nova alternativa de interpretação do II PND
João Paulo dos Reis Velloso
Brazilian Journal of Political Economy
https://doi.org/10.1590/0101-31571998-1274

Este artigo discute as conclusões do artigo “Uma alternativa de interpretação do
II PND”, onde os autores tentam dar uma nova interpretação à racionalidade – ou à falta
dela – do II PND (Segundo Plano Nacional de Desenvolvimento) da administração Geisel.
Entendemos que ao II PND não faltou raciocínio econômico e que o referido artigo não
atribuiu características de patrimonialismo ao planejamento e execução do Plano.

Classificação JEL: N16; O21.


A fantasia política ou a política da fantasia?
Basilia Aguirre, Fabiana da Cunha Saddi
Brazilian Journal of Political Economy
https://doi.org/10.1590/0101-31571998-1275

Este artigo é uma resposta ao comentário de Velloso ao nosso artigo publicado
anteriormente sobre o II PND. Discordamos de Velloso em seu contra-argumento às nossas
conclusões, pois o comentário não melhorou a discussão nem trouxe novos dados que desmentem
nossas descobertas.

Classificação JEL: N16; O21.